Ao longo dos anos tenho me deparado com uma queixa recorrente sempre na mira do tema como um desafio ao setor de seguros, mais precisamente ao segurador, uma espécie de chefe da cadeia – na medida em que é ele quem suporta o risco – qual seja a alta sinistralidade nos mais diversos ramos.

A todo nascer de ano este tema se levanta quase como uma bandeira a ser empunhada para ser vencida esta guerra que se estabeleceu travar.

Não que o tópico não seja relevante, claro que é, mas às vezes me deparo com um dilema que, este sim, me parece mais significativo. Não foram poucas as ocasiões em que sustentei, e convicto estou que corretamente, que o nosso mercado é dotado de extraordinária capacidade de se reinventar, vide Pandemia entre tantos outros exemplos.

Não houve dificuldade, por mais cruel que tenha sido sua origem, que não acabasse ultrapassada. De sorte que, rotineiramente, os desafios são vencidos, com maiores ou menores esforços, com mais ou menos talento, com ampla ou restrita divulgação.

Com tal habilidade, histórica, do sistema, a queixa sobre a alta sinistralidade, e os desafios que ela possa provocar – e duelos a vencer, sabemos, representam custos, e este é o problema maior do lamento – não deveriam ter a imensa preocupação que parece causar.

Propagar proezas justas tem mais alcance do que se deixar abater pelas perdas – e é uma maneira inteligente, penso, de minimizar estas. Sempre se teve – lema que parece meio esquecido – que o pagamento do sinistro era o “cartão postal” do segurador – o que houve com ele? Tenho, faz tempo, que é necessário divulgar mais o bem que esta alta sinistralidade representa quando é entregue a indenização aos beneficiários. Neste momento, se salvam vidas e patrimônios. E não creio haver, de fato, maior publicidade do que está.

Quando se pensa na alta sinistralidade deveria se refletir diretamente que SEM ELA O PRODUTO DEIXARIA DE EXISTIR!

Bendita alta sinistralidade.

*Carlos Josias Menna de Oliveira– OAB/RS 16.126

É advogado, professor diplomado, Acadêmico da ANSP e membro da Cátedra de Seguro de Danos: RC da Academia Nacional de Seguros e Previdência – ANSP.

 

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