Todo empresário que se preze conhece a fábula dos dois vendedores. “Era uma vez, dois comerciantes de calçados, que foram enviados a um país onde não existiam sapatos. Enquanto um ligou para a empresa matriz, desesperado, afirmando que ser impossível negócio ali, porque naquela nação todos andavam descalços, o outro também fez uma ligação para a empresa. Mas, com outro teor. “Tripliquem o pedido de sapatos, pois aqui na Índia ainda ninguém os usa e todos precisam”, afirmou ele, empolgado”.

   Um vendedor viu crise, o outro, uma oportunidade.

   E qual é sua visão hoje, em meio à pandemia?

  A crise causada pela a covid-19 é um dos um dos desafios mais sérios enfrentados pelas corporações nos últimos anos. Não somente afeta vendas, como também a maneira que sua marca é vista no mercado. Na prática, formas tradicionais de se fazer comunicação e de estratégias de marketing não funcionam no cenário atual. Porque nunca houve um momento como esse antes. Nesse ambiente, ao invés de lamentar e dizer ser impossível usar os mesmos meios para se comunicar com seu cliente, porque não adaptar práticas e discurso aos tempos atuais e fortalecer sua marca?

   O momento atual exige medidas concretas de posicionamento frente à crise, que terão grande repercussão não só no presente como também no futuro. Criação de campanhas de conscientização e iniciativas concretas de apoio à sociedade, combinadas com posicionamento executivo adequado: isso gera uma marca bem vista no mercado.

   Todos sabem que consumidores não se conectam com quem não enxergam valores e credibilidade. Por isso qualquer atividade negativa, quebra a reputação de toda empresa. Mas, no momento atual, a inação é uma atividade negativa. Aos consumidores, como soaria uma companhia que não se solidariza, que não se posiciona em uma pandemia global?

   Na crise, é preciso ter excelência na grande ferramenta das relações em sociedade:  a comunicação. E em todas as suas formas: na fala ao cliente, aos fornecedores, à imprensa. Isso vai além de cursos para melhorar a oratória. Envolve o estudo contínuo do que está ocorrendo no mundo; construção de empatia; confiança; estar antenado ao chamado “Zeitgeist” – o Espírito da Época. Contudo, um executivo com má comunicação, desmotiva equipe, prejudicar produtividade de funcionários e colaboradores, além de abrir brechas para ter a credibilidade questionada.

   O que, de fato, sua instituição tem feito para melhorar a comunicação em meio à crise? Você vai vender sapatos? Ou reclamar que os clientes estão descalços?

   Pense.  Ouse. Comunique-se. E lembre-se: uma marca que funciona em momentos de crise, funciona em qualquer situação.

 

*Solange Guimarães

Graduada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com pós-graduação em Psicologia Social e Economia Solidária também pela PUC-SP. Com mais de 15 anos de experiência no segmento segurador já atuou nos jornais Diário Popular, O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e Gazeta Mercantil, sempre nas áreas de finanças, economia e seguros. Atualmente é Diretora Executiva da Sou Segura.

 

Esta publicação online se destina a divulgação de textos e artigos de Acadêmicos que buscam o aperfeiçoamento institucional do seguro. Os artigos expressam exclusivamente a opinião do Acadêmico.

Expediente – Diretor de Comunicações: Rafael Ribeiro do Valle | Conselho Editorial: João Marcelo dos Santos (Coordenador) | Dilmo Bantim Moreira | Felippe M Paes Barretto | Homero Stabeline Minhoto | Produção: Oficina do Texto |Jornalista  responsável: Paulo Alexandre | Endereço: Avenida Paulista, 1294 – 4º andar – Conjunto 4B – Edifício Eluma – Bela Vista – São Paulo – SP – CEP 01310-915| Contatos: (11)3335-5665  | secretaria@anspnet.org.br  | anspnet.org.br |