São Paulo, 03 de dezembro de 2010 – As Cátedras de Microsseguro, Direito do Seguro e Contrato do Seguro da Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP) discutiram no dia 2 de dezembro o tema suicídio para o mercado segurador. O evento contou com a presença do jornalista André Trigueiro; do desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo José Renato Nalini e a especialista em suicídio do Centro de Valorização à Vida do Rio de Janeiro, Maria Luiza Delavechia.
A advogada e coordenador de Cátedra de Microsseguro da Academia, Ana Rita Petraroli, ressaltou a importância dos palestrantes para o evento, “É muito importante contar com a ilustre presença de palestrantes de alto gabarito, elucidando um tema que desperta interesse e gera muitas dúvidas para os profissionais do mercado de seguros”.
André Trigueiro abordou o comportamento da imprensa em relação ao suicídio e os cuidados necessários para tanto, ante o crescimento dos casos em nosso país. “O suicídio pode ser evitado na maioria absoluta das situações, e a prevenção se faz com informação. Se o auto-extermínio é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, existem razões de sobra para que a mídia informe, da maneira apropriada e respeitando os princípios recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o que a população deve saber sobre a prevenção do suicídio. Nesse sentido, há o que ser feito no Brasil”, afirmou o jornalista.
O entendimento jurídico sobre o suicídio, em especial à carência legal prevista no artigo 798 do Código Civil, e ainda o descabimento da cobertura acidentária para sinistros desta natureza foi discutido por José Renato Nalini. “Após um longo período em que a jurisprudência multiplicou casuísmos subjetivistas sobre o pagamento do valor segurado ao beneficiário do suicida, o Código Civil de 2002 pretendeu serenar a questão e adotou a tese objetiva. A explicitação da tese objetivista solucionou a questão? É o que se verá na reflexão a ser levada a efeito no encontro”, explicou o desembargador.
Maria Luiza Delavechia, do Centro de Valorização da Vida do Rio de Janeiro, foi responsável por desvendar o comportamento do suicida, a capacidade de raciocínio no ato e a relação com a premeditação do suicídio. “A auto-destruição é um processo complexo e dinâmico. Pensar que o gesto suicida surge repentinamente é um grande equívoco. Meses e anos de sofrimento são necessários até que o desejo de morrer supere o forte impulso para a vida que todo ser humano possui. Entender um pedido de socorro, reconhecer as principais características da pessoa que pensa em suicídio, compreensão e calor humano é de grande importância no trabalho de prevenção”, afirmou a especialista.