A economia mundial oscila entre períodos prósperos e outros depressivos, isto é histórico. Quando em alta aproveitamos a maré e crescemos surfando em ondas propícias, esquecidos do amanhã inevitável. A fase de vacas magras, então, se instala exigindo novo posicionamento dos agentes econômicos com a adoção de novos e rigorosos processos visando a superação do momento difícil. O seguro no Brasil não escapa da regra.

Até 1990 a indústria brasileira de seguros patinava diante da elevada inflação, de uma regulação inibidora, da competição e da cultura nacional de desconhecimento dos benefícios do seguro.

A partir de 1990 houve mudanças diretivas que abriram novos horizontes para a indústria do seguro cujos resultados se estampam nas análises econômicas atuais. Os governos que se seguiram, inobstante erros naturais de todos os governos, propiciaram às seguradoras a fixação de preços e a inserção de condições novas nas apólices; abriram o mercado nacional para as seguradoras estrangeiras, ação que diversificou a oferta de seguros e proporcionou a queda de seus preços; culminando com a estabilização da moeda a partir de 1994, o que gerou a tão desejada intensificação da procura pelas garantias securitárias.

As perspectivas do mercado brasileiro de seguros são boas na análise comparativa ao comportamento da indústria securitária entre os países desenvolvidos que, em relação aos respectivos PIBs, representam aproximadamente 10% dos mesmos. Aqui ficamos com 3,4% atualmente, portanto é possível crescer muito ainda.

Por outro lado, convém observar o comportamento da nossa economia que vem aumentando os juros básicos a cada reunião trimestral e inibindo os investimentos, vem enfrentando ameaças da indomável inflação e gerando preocupações legítimas a todos, além de enfrentar uma política governamental de pequenas intervenções em setores específicos, vide resseguros, o que gera desconfiança e desestímulo ao investimento produtivo.

Portanto, aproveitemos as delícias da boa fase do seguro no Brasil, mas convém, por parte dos nossos líderes, um posicionamento cauteloso e um olhar estratégico quanto ao futuro próximo.


Auri Luiz de Morais Rodrigues

É professor da Funenseg , atua na SMJ Corretora de Seguros e Acadêmico da Academia Nacional de Seguros e Previdência – ANSP.


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