“Se a chama que está dentro de ti se apagar, as almas que estão a sua volta morrerão de frio”

Há muito tempo estamos falando sobre o potencial do Seguro Rural no Brasil. Muitos ouviram e duvidaram, mas hoje aparecem como paladinos dessa verdade que está tão evidente que, até os incrédulos, nela passaram a acreditar.

Chegamos a afirmar que o Seguro Rural é uma das únicas alternativas para a atividade seguradora brasileira mudar seu patamar de participação nas atividades econômicas nacionais.

Falamos com seguradores, com corretores, com técnicos, com dirigentes e de todos eles recebíamos sempre uma negativa, principalmente quando a proposta referenciava algum tipo de investimento na atividade.

O tempo passou e, hoje, já com mais de dez anos de atraso, o mercado de seguros brasileiro despertou para o Seguro Rural. Agora, é voz corrente o interesse de muitas seguradoras nesse específico setor.

Nesse ponto, é necessário recorrer-se a mais uma frase perfeita, para definir o que realmente sentimos com referência a tudo isso: “Choramos quando nascemos porque chegamos a este imenso cenário de dementes”.

Hoje, mais do que em qualquer outro momento, as commodities agrícolas estão sob forte demanda no mundo inteiro e, com o passar do tempo, essa característica deverá ser ampliada, principalmente devido à incapacidade de outros países de produzir quantidades suficientes de alimentos, capaz de minimizar a fome que em muitas áreas já é endêmica.

Veja, por exemplo, o caso da China, segundo maior exportador de manufaturados do mundo, somente perdendo para os EUA, que continua sendo a maior potencia econômica mundial. Como fará para oferecer a sua população de mais de 1,4 bilhão de indivíduos pelo menos uma única refeição diária?

Não tem como. Terá que comprar no mercado internacional aquilo que precisa para dar ao povo um pouco de dignidade. A África também é outro forte candidato a adquirir alimentos para seu povo, que continua morrendo de fome na maioria dos países que a compõe.

Também a Índia, a Europa, a Ásia e até mesmo nossos próprios irmãos sul-americanos deverão continuar utilizando as reservas brasileiras de alimentos para suprir as suas demandas.

Carne suína e bovina, frutas, cacau, café, cereais, aves, peixes, camarões e lagostas, além de embutidos já manufaturados, são as principais necessidades a serem supridas por uma estratégica área rural, que pode continuar a ser a principal reserva alimentícia do mundo.

Para que isso continue acontecendo é necessário não somente produzir, mas estabelecer as prioridades de produção, de acordo com as nossas capacidades. Isto requer investimentos, planejamento, créditos subsidiados, suplementos agrícolas, maquinas e tudo mais que for necessário para a obtenção de resultados cada vez maiores.

Evidentemente, tudo isso requer também coberturas securitárias abrangentes, que dê ao produtor as garantias de colheita de suas safras.

Não pode o produtor rural continuar a arcar sozinho com ocorrências climáticas, que podem comprometer os resultados de seu trabalho e a liquidez de seus investimentos.

Deve ele estar protegido o suficiente para que a sua safra seja incluída na pauta das exportações como se fosse um compromisso formal com outros povos.

Desta forma, tanto o Brasil como a sua extensa área rural poderão, em conjunto, assumir compromissos futuros com outras nações que queiram ser nossos parceiros nessa grande missão de alimentar o resto do mundo.

Nós temos a força e podemos usá-la para ajudar quem precisa.

Finalmente, “A dignidade está em viver com os ganhos de nosso próprio trabalho”.


F. Silveira
Fundador da ANSP
Jornalista
Membro do Egrégio Conselho Institucional da ANSP