Examinada a disponibilidade de produtos securitários, nota-se que as seguradoras têm-se esmerado na orientação no sentido da inovação, seja em resposta a necessidades legais ou em função de oportunidades oriundas de novos ou renovados segmentos mercadológicos. O grupo de seguros abrangido pelos Riscos Pessoais (excluídos o VGBL e PGBL) contabilizou lucro líquido agregado de R$ 840 milhões no primeiro semestre de 2012, ou seja, 23% acima do resultado do mesmo período do ano anterior.

As aplicações em planos de previdência complementar atingiram aproximadamente R$ 15 bilhões no primeiro trimestre de 2012, significando este montante 26% a mais que o volume do mesmo período de 2011.

O faturamento do primeiro semestre das empresas de capitalização chegou a R$ 9,2 milhões, com elevação de 19,5% sobre o mesmo período de 2011. No seguro saúde o crescimento real projetado do número de beneficiários em planos coletivos e individuais em dezembro de 2012, em comparação com dezembro de 2011, é de mais de 13%.

As atividades do setor securitário em Riscos Pessoais, Previdência Complementar, Capitalização e Saúde no mercado nacional, cada vez mais, atentam às necessidades específicas de sócios, empregadores, empregados e funcionários.

Estudos apontam que a decisão pela aquisição de seguros nas famílias e destinados à proteção da continuidade de estudos dos filhos, de Vida e/ou Acidentes Pessoais dos responsáveis pela manutenção financeira dos lares, para cuidados odontológicos, Previdência Complementar e Saúde são resultado, principalmente, da decisão das mulheres.

É importante ressaltar também que no universo empresarial, a representatividade da contribuição salarial feminina rivaliza com a contribuição masculina. Ante tal mercado potencial, produtos especiais destinados ao público feminino abrangem desde as mais usuais coberturas do seguro de Vida até situações especiais como ocorrência de alguns tipos de câncer e, ainda, variados tipos de serviços, entre eles, convênios com “spas”, salões de beleza, clínicas estéticas, brindes e outros tipos de complementos.

Não nos esqueçamos do público masculino, que (para apaziguar eventuais ciúmes) também tem produtos disponíveis e que foram desenvolvidos com base em características específicas de interesses e risco.

Neste ponto, vale aparte para um comentário sobre uma recente decisão da Corte de Justiça Europeia determinando que empresas seguradoras cobrem taxas idênticas no seguro de automóvel para homens e mulheres.

É importante lembrar que a instituição do seguro tem como balizador primordial de sua atividade a análise dos riscos, não se confundindo isto como qualquer princípio discriminador ou antagonista ao tratamento igualitário de gêneros. Assim, taxas de risco são resultados de criteriosos processos de observação e medição, tendo seus resultados aplicados de acordo com cada situação específica segurável, e não para benefício intencional e deliberado de uns em detrimento de outros.

De uma forma geral em referência a produtos diferenciados, encontramos ricos exemplos de capacidade criativa e pioneirismo. Há disponibilidade de seguros para situações que, em muitos casos, são tratadas como não aceitáveis, por exemplo, seguros para diabéticos e para pessoas na terceira idade. Ainda como exemplos, mas sem exaurir a multiplicidade de opções diferenciadas, há oferta de seguros para perda de certificado de habilitação de vôo e, ainda, para casais homossexuais.

Se observarmos as oportunidades disponíveis junto às empresas e corporações, os benefícios securitizados, cada vez mais, são componentes de estratégias para atração e retenção de profissionais, sem que se relegue a segundo plano o atendimento a determinações para contratação de seguros inseridas em acordos sindicais ou o atendimento de necessidades específicas de contratos de trabalho.

Ainda em relação a necessidades securitárias do universo das relações profissionais, podemos citar como exemplo produtos voltados às atividades de motofrete e também de mototáxi as quais, dado ao crescente caos rodoviário urbano, têm-se desenvolvido progressivamente e demandado auxílio que a indústria securitária pode garantir.

O segmento da previdência complementar, incluindo-se neste os planos correlatos ao PGBL e VGBL, contribuem fortemente para o universo dos produtos destinados às pessoas, seja por meio de contratação empresarial coletiva, seja por meio de aquisição de forma particular, gerando reservas multimilionárias que contribuem significativamente não só para o reforço das necessidades no período de aposentadoria dos profissionais, mas também fazendo circular investimentos em toda a cadeia de valor do mercado financeiro e produtivo.

Ainda que não agregue situações de proteção a riscos seguráveis, a atividade da Capitalização com seus diversos tipos de títulos, comercializada de forma conjunta ou separada de seguros, cada vez mais tem agradado os consumidores deste tipo de produto, tanto pela capacidade de oferecer sorteios como pela variedade de aplicações, por exemplo, substituindo a figura do fiador no aluguel de imóveis.

O segmento de seguros orientado à saúde está virtualmente inserido em todos os planos de benefícios das empresas, seja por força de acordos sindicais, para melhora de qualidade de vida de colaboradores ou com a intenção de reter talentos.

A estabilização econômica e a formalização do mercado de trabalho são fortes elementos criadores de oportunidades comerciais e impulsionadores desta atividade.

Em conjunto com a própria atividade de seguros, há de se notar, também, a presença constante dos Serviços Assistenciais, considerado em seu grande universo de opções desde aqueles mais tradicionais como serviços orientados a funerais e cestas básicas, passando por programas de descontos na aquisição de medicamentos, até tipos mais complexos como assistência residencial, segurança no lar, auxílio a estudantes e segunda opinião médica, entre outros.

O espaço para crescimento, de acordo com diversos especialistas em análise de mercado, ainda é bastante grande. A inovação na criação de produtos por meio de análise de segmentação das necessidades securitárias e reconhecimento do potencial dos públicos-alvo, a criatividade na comercialização/distribuição, assim como a formação continuada dos integrantes da indústria securitária no campo técnico e comercial por meio de formação profissional específica são imprescindíveis para aproveitamento das oportunidades.

Dilmo Bantim Moreira é vice-presidente do CVG/SP, Acadêmico e Diretor de Relacionamento com o segmento de Previdência Privada e Vida da Academia Nacional de Seguros e Previdência, Coordenador da Comissão Técnica de Vida e Previdência do Sindicato das Seguradoras/SP, Membro da comissão técnica de Riscos Pessoais da FENAPREVI e professor em cursos de seguros de Pessoas, Capitalização e Previdência.


Dilmo Bantim Moreira

É vice-presidente do CVG/SP, Acadêmico e Diretor de Relacionamento com o segmento de Previdência Privada e Vida da Academia Nacional de Seguros e Previdência, Coordenador da Comissão Técnica de Vida e Previdência do Sindicato das Seguradoras/SP, Membro da comissão técnica de Riscos Pessoais da FENAPREVI e professor em cursos de seguros de Pessoas, Capitalização e Previdência.