A pandemia que assola o planeta, que atormenta a ciência e ocupa milhares de espaços na mídia internacional, não é a primeira onda de expectativa que invade o setor de seguros, e que leva os estudiosos do ramo a depositarem todas atenções sobre os efeitos colaterais resultantes da comercialização ao sinistro. Tampouco será a última.

Nada incomum, nestas situações, as indagações assaltarem uma boa parte do mercado com toda a carga de pessimismo a causar quase um pandemônio de ideias e aflições.

O ser humano é assim. Trágico ou precavido em excesso, outros quase negacionistas. Entre o alarmismo e a negação sempre se encontra o bom senso.

Li e ouvi de tudo no período preliminar da pandemia, e aprendi com o tempo que as primeiras impressões de qualquer situação inusitada nunca devem ser completamente consideradas – nem prego o desprezo por ela. Há que se ser menos afoito, menos açodado, para se entender os fatos e os rumos que se seguirão.

Em julho de 1979 longe da tecnologia atual, mas muito longe mesmo, o mundo foi assolado por uma notícia que, à época, ao grande público, soava um prefácio do fim do mundo – considerando que a terra estaria literalmente ´rodeada` de naves, espaçonaves, satélites, e tanto lixo espacial – ou o início do fim: um laboratório espacial norte americano, Skylab, a primeira estação orbital da NASA, iria cair sobre a terra. Socorro! teriam dito os habitantes da Gália dos quadrinhos ‎de Uderzo e Goscinny: o céu cairá sobre as nossas cabeças – este era o único temor deles, além da possibilidade do “bardo” cantar.

Era a Profecia Maldita se concretizando. Onde, quando e que horas iria cair a gigantesca construção espacial? Cairia no Alabama ou em Passo Fundo? Não havia linha de Jornal, comentário político ou esportivo que não se detivesse no tema. O mundo se quedou paralisado, tal qual na ficção de Geni e o Zeppelin.

O mundo do seguro se agitou. O que acobertaria tal risco que de tão imprevisível era modelo de aleatório. Mas, que fruto no setor poderia colher isto na comercialização e garantia?

Em meio a um alvoroço total um jovem empreendedor do mercado – aqui no RS – achou o “o ovo de colombo”.

Pois, no olho do furacão amanhece o dia com o noticioso mais vendido da ocasião, jornal papel, em página inteira, estampando anúncio que dizia mais ou menos o seguinte: “queda de aeronave, garantimos os prejuízos que a Skylab te possa causar”. O tempo passou, 3 décadas, e o setor de seguros sempre encontrou saída para os problemas mais delicados e complexos.

A COVID não lhe pega. Não pegou!


*Carlos Josias Menna de Oliveira– OAB/RS 16.126

É advogado, professor diplomado, Acadêmico da ANSP e membro da Cátedra de Seguro de Danos: RC da Academia Nacional de Seguros e Previdência – ANSP.

 

 

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