Palestrantes discutem a transformação na mentalidade da população em relação à necessidade de proteção e as oportunidades dessa carteira pós-pandemia

 

Na última segunda-feira (13), a Academia Nacional de Seguros e Previdência – ANSP – discutiu o tema “Vida e Previdência: O que vem de novo por aí”. A live foi apresentada pelo diretor de fóruns acadêmicos, Edmur de Almeida e moderada pelo presidente da ANSP, João Marcelo dos Santos. Os participantes abordaram o crescimento e as novas oportunidades para o nicho em uma edição do Café com Seguro.

Para o Ac. Nilton Molina, membro do Conselho Superior da ANSP, essa é uma discussão muito importante, pois existem grandes oportunidades de mercado. “A gente tem muito pouco seguro de vida e previdência. Por outro lado, existe uma mudança de paradigma muito grande acontecendo e todas as áreas da economia serão afetadas”, afirmou.

De acordo com o especialista, há cerca de dez anos o negócio de seguro de vida estava num cantinho das seguradoras. O seguro de vida individual, por exemplo, era raríssimo. Já em 2017, os seguros de vida de risco tiveram prêmios arrecadados superiores aos da carteira de automóvel. Pouco antes da pandemia, mais mudanças ocorreram e companhias especialistas na área chegaram ao mercado.

O presidente da ANSP, João Marcelo dos Santos, lembrou então de todas alterações legais e normativas trazidas pelo Código Civil e pela regulamentação editada pela SUSEP desde a Resolução CNSP nº 117, em 2004, que pavimentaram o processo de retomada do seguro individual nos últimos 20 anos, após o controle da inflação na década de 90.

“A pandemia evidenciou os riscos de morte e invalidez e a a aquisição de seguros explodiu. Na Mongeral tivemos um crescimento de 10% em venda de seguros novos no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado.”, afirmou Molina que é também Presidente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon Seguros e Previdência, MAG.

Segundo ele, existem três desafios a serem vencidos pelo mercado de seguros para que a carteira de vida atinja o seu potencial: requalificar o que é um seguro de vida; conceituar como um produto adequado e customizado para a proteção e demanda de cada família ; e capacitar e trazer os corretores de seguros para serem consultores e distribuidores do seguro de vida individual. “80% dos corretores brasileiros estão fora desse mercado e é necessário atraí-los para esse nicho para criarmos riquezas para toda a cadeia: corretores, as companhias e segurados”, explicou.

O Ac. Silas Kasahaya, presidente do CVG-SP e membro da Cátedra de Seguro Pessoas, falou sobre o crescimento substancial e recente dos seguros de vida e destacou a necessidade de ouvir o cliente e entender as fases de sua vida e suas necessidades para oferecer um produto adequado.

O executivo recomenda que os profissionais de seguros se utilizem do “know how” de sua carteira de clientes e das novas ferramentas de tecnologia, como “Big Data” e “Machine Learning”, para gerar ofertas mais direcionadas e vender em escala. “Vão sair na frente os profissionais que conseguirem aliar clientes presenciais com as novas tecnologias”, reforçou o executivo, que chama atenção também para a importância de se haver mais agilidade no processo geral de venda de seguros – da oferta à contratação, da emissão do documento à regulação e liquidação do sinistro.

Tendo em vista a situação do ramo de seguros de vida pós-pandemia, o Presidente do CVG-RJ, Sr. Octávio Perissé, mostrou-se muito positivo em relação à transformação que está acontecendo na mentalidade da população brasileira, principalmente no que diz respeito aos mais jovens que, até pouco tempo atrás, não se preocupavam muito em se preparar para o futuro ou eventos inesperados. “Os jovens entenderam o valor de um benefício, o valor de um seguro de vida. E pós-pandemia o que fica é uma valorização de benefícios e da necessidade de se programar para o futuro”, explicou Perissé.

Para o executivo, os seguros de benefícios têm um papel muito importante para a reconstrução financeira, a cobertura para doenças graves e a proteção para cônjuges e/ou filhos, e a presença dos profissionais do ramo é fundamental para atender à demanda do mercado.

Segundo Perissé, é papel das seguradoras oferecer palestras e informações e demais materiais para difundir o tema. As escolas também podem auxiliar na conscientização dos alunos a respeito da necessidade de proteção. “Atualmente os corretores também já enxergam as oportunidades desse nicho e é importante dar suporte a eles nesse momento de adversidade. A gente tem tudo para alavancar ainda mais esse mercado. O Brasil passará por essa pandemia e o mercado de seguros de vida continuará avançando”, concluiu.

 

Assista a live completa no canal da ANSP

https://youtu.be/zooa3HlEVT8